terça-feira, 27 de março de 2012

Tango


Já falei algumas vezes aqui no blog sobre cineastas do leste europeu e de seus estilos marcantes. Na maioria das vezes estilos bem diferentes dos clássicos americanos e que sempre ousam um pouco na experimentação. Raramente filmes experimentais tem aceitação comercial, talvez nunca, e também é raro que tenham seus méritos reconhecidos pela academia e que recebam dela um Oscar, mas foi o que aconteceu nesse caso.

Em 1983 o diretor polonês, Zbigniew Rybczyński, ganhou a cobiçada estatueta na categoria de melhor curta animado com o filme Tango. Se o fato já é levemente curioso por si só, a história da entrega do prêmio rende uma história muito mais impressionante. A cerimonia foi uma tragédia para o diretor polonês. A primeira falha foi a pronuncia do nome do diretor quando o anunciaram como vencedor (Ele realmente tem um dos nomes mais complicados que eu conheço). Depois do erro, o pobre cineasta teve seu discurso interrompido pela orquestra do Oscar. Para aliviar a tensão e/ou fugir do ambiente constrangedor ele resolveu fumar um cigarro, ao terminar teve sua entrada barrada por um segurança. O diretor vestia um terno barato e um par de tênis e baseado nisso o segurança insistiu em deixa-lo de fora. O diretor mostrou a estatueta que acabara de receber e tentou argumentar, em polonês. A pronuncia estranha foi interpretada como embriaguez e o diretor terminou passando uma noite preso.

Sobre o filme cabe dizer que ele é minunciosamente coordenado e que, mais uma vez, permite múltiplas interpretações. Ele é basicamente a ilustração do caos de um pequeno local que abriga muitas pessoas. Talvez uma cidade, uma grande metrópole. Já até interpretações de que é uma analogia à internet e seus vários interesses caminhando por um mesmo lugar.

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