Religiões abraâmicas,islâmicas,judaicas e cristãs,com base em livros da bíblia como Levitíco, que faz parte do Pentateuco(conjunto dos cinco primeiros livros da bíblia escritos por Moisés onde constam as leis da igreja), relacionam a lepra diretamente ao pecado. Essa relação permaneceu praticamente imutável através dos séculos e gerou uma forte exclusão dos leprosos, e até um preconceito de que eles sejam rejeitados por Deus, o que aumentava a repulsa que a doença já causa pela aparência.
“havia aqueles que julgavam improcedente (e até mesmo leviano) tentar curar os acometidos pela lepra, considerando-a como punição divina pelo pecado e, portanto, fora do alcance de tratamentos médicos. Aos olhos desses, todos os doentes eram considerados corrompidos pela “lepra do pecado” e, a menos que houvesse um ato soberano de Deus, não havia possibilidade de cura. Muitos escritores e pregadores cristãos, a partir de Orígenes, julgavam a lepra “um tipo do pecado”, um modelo ou símbolo do pecado, e essa idéia transpareceu em muitos sermões. Até pouco tempo atrás, o fato de alguns tipos de lepra evoluírem implacavelmente e nenhum tratamento parecer eficaz na cura das úlceras nas mãos e nos pés certamente deu credibilidade à crença disseminada, cristalizada em ditos e provérbios em todo o mundo, de que a doença ainda era incurável” – Stanley Browne no livro Lepra na bíblia, estigma e realidade.
O isolamento e o abandono sofrido pelos leprosos são retratados no documentário The House Is Black, da poetisa iraniana Forough Farrokhzad. Lançado na década de 60 o documentário revela o interior de uma vila de leprosos. No decorrer das imagens uma voz narra em off alguns versos da diretora. As cenas demonstram o cotidiano, os sentimentos e, principalmente, a fé dessas pessoas condenadas por Deus ou pela má interpretação de suas palavras.
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