Atualmente, os estúdios Pixar são os líderes do mercado de animação. Vencedora de vários Oscars, a produtora é especializada em alta tecnologia e computação gráfica, sendo a pioneira no campo da animação tridimensional.
A companhia iniciou suas atividades sob o nome de Graphics Group como uma subdivisão da Lucas Films - estúdio cinematográfico de George Lucas. Nessa fase o estúdio tinha como objetivo exclusivo o desenvolvimento de softwares de computação gráfica e efeitos visuais. Em 1986, a Graphics Group foi comprada por Steve Jobs e foi rebatizada "Pixar", uma combinação da palavra "pixels" e da palavra "art”.
A “pré-história” da Pixar é marcada por pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos visuais, softwares e hardwares, mas basicamente nada de cinema na prática. A iluminação criativa começou quando, ainda em 86, um dos empregados da companhia resolveu criar animações como demonstração do poder visual de seus programas e computadores. O funcionário era John Lasseter e uma das “demonstrações” foi premiada e mais tarde se tornou o símbolo do estúdio.
Luxo Jr., 1986 - John Lasseter
A partir desse momento começa uma ruptura entre a Pixar “ciência” e a Pixar arte. O departamento de animação, chefiado por Lasseter, começou a produzir comerciais animados para outras empresas, gerando assim lucro e experiência criativa. Em 1990 o setor de hardware é vendido, poucos meses depois o estúdio assinou um contrato com a Disney para a produção de três animações de longa-metragem, o primeiro deles foi Toy Story.
O ano de 1995 marca então a estreia do primeiro longa-metragem de animação tridimensional. O filme é assinado por John Lasseter, mas tem em sua autoria a mão de dois outros importantes nomes do estúdio: Andrew Stanton (Procurando Nemo, Wall-E) e Pete Docter (“Monstros S.A” e “UP”). A revolução estética veio acompanhada de uma narrativa que foi além do público infantil e alcançou pessoas de todas as idades.
O segundo filme, Vida de Inseto, de 1997, iniciou a tradição de sempre exibir, antes do longa-metragem, um curta do estúdio. Esse hábito é uma das características que marcam o trabalho da Pixar até hoje. Não é comum ver um curta-metragem numa sala de cinema atualmente, a não ser em raros festivais destinados ao formato. A única produtora que exibe curtas no cinema (circuito comercial) é a Pixar, e por isso ela é importante para o Mr. Curtura.
Depois dos três primeiros longas do contrato assinado com a Disney, em 1991, a Pixar seguiu na parceria. A relação apesar de muito produtiva sempre foi permeada por desentendimentos. Em 2006, depois de algum desgaste entre as empresas, a Disney comprou a Pixar e Steve Jobs deixou o comando para se tornar um dos principais acionistas do grupo.
Famosos pela perfeição, a Pixar sustenta em sua filmografia um padrão de qualidade invejável. Não é estranho ouvir dizer que eles não têm um filme ruim em seu histórico. Se por um lado eu sonho com um mercado de animação mais diversificado, por outro sou grato que o público compre ingressos para filmes tão belos. Aqueles raros momentos em que o popular e o artístico se encontram, o eclipse apelidado de “sucesso de público e crítica”.
Para demonstrar nosso imenso respeito pelo trabalho da Pixar e, principalmente, pelo espaço que eles dão ao curta-metragem no cinema, vamos listar aqui nossos curtas favoritos do estúdio:
Geri's Game
Geri's Game foi o primeiro passo na tradição da exibição de curtas pelo estúdio. Dirigido por Jan Pinkava, O curta é o primeiro da Pixar que contém um humano como personagem principal.A história é sobre um velhinho (Geri) que joga xadrez consigo mesmo. Mudando de um lado para outro do tabuleiro, Geri muda sua personalidade, interpretando o seu adversário conforme o jogo avança. Essa mudança de papel é percebida conforme Geri tira e coloca os óculos e muda sua feição, ora mais agressivo ora mais calmo e assustado.
O curta ganhou em 1998 o Oscar de Melhor Curta Animado.Em homenagem a Geri, a Pixar retomou o personagem em Toy Story 2,em 1999. Geri aparece como um velhinho que concerta brinquedos e as peças do jogo de xadrez podem ser vistas em seu estojo de ferramenta.
For The Birds
For The Birds, curta exibido antes de Monstros S/A (2002), conta a história de um pássaro que quer ser aceito em um grupo, mas não consegue por ser diferente dos outros pássaros. Os outros, menores e semelhantes, imitam e zombam do pássaro excluído até que ele se enfia entre eles. O filme foi premiado no Anima Mundi, no Annie Awards e no Oscar.
One Man Band
Exibido em 2005 com o longa Carros, o curta-metragem One Man Band conta a acirrada disputa entre dois músicos de rua pela atenção, e a moeda, de um pobre garoto que estava prestes a jogar seu dinheiro numa fonte na esperança de que ela realizasse seus desejos.
Lifted
Lifted, exibido junto com Ratatouille em 2007, ilustra uma situação que lembra muito um teste de auto-escola, mas uma versão alienígena disso. A prova, ao invés de uma avaliação de direção automobilística é um teste de abdução. O jovem E.T tenta de diversas maneiras extrair um homem de dentro de casa, mas descobre que, também nesse caso, a teoria é mais fácil que a prática.
Presto
Presto, o curta exibido com Wall-E em 2008, mostra o mais clássico número de mágica, tirar o coelho da cartola, dando errado. Não por falta de experiência do mágico, Presto, mas por falta de vontade do coelho, que protesta para receber sua cenoura. Infelizmente para o mágico o coelho coloca seu protesto em prática durante uma apresentação e, lá com as cortinas abertas, o mágico insiste em tentar realizar o número e sofre duras consequências.
Day And Night
Day and Night, curta mais recente da Pixar lançado junto com Toy Story 3, conta como o dia conheceu a noite, mostra as brigas pelas diferenças, as disputas para ver qual é melhor e depois o fascínio pelos pontos fortes do outro e, enfim, a harmonia no por/nascer do sol.
Está feito, o post que há tanto tempo estávamos devendo. E agora, pra encerrar esse post infinito, um trecho do próximo curta da Pixar, La Luna, que será exibido junto com Brave ainda esse ano.
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