quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Maioria Absoluta


Na história do Brasil nem um movimento cinematográfico alcançou tanto reconhecimento, nacional e internacional, como o Cinema Novo. A principal luta do movimento era o resgate (ou a busca) por uma identidade brasileira no cinema, tanto valorizando a cultura nacional com filmes de cunho documental que retratavam artistas brasileiros como O Poeta do Castelo, de Joaquim Pedro de Andrade quanto denunciando a pobreza, a desigualdade e o abandono que sofria a maior parte da população – como no filme Maranhão 66, de Glauber Rocha. Apesar de não ser o mais famoso de seu grupo, o cineasta Leon Hirszman realizou com maestria a missão do Cinema Novo.

Hirszman iniciou sua carreira de diretor com um dos curtas que fazem parte do filme Cinco Vezes Favela. Apesar de ser seu primeiro trabalho, o filme já demonstra um estilo próprio, construído com influência das técnicas de montagem de Sergei Eiseinstein, além de já estar imerso em todo o aspecto político-social de sua futura filmografia.

No ano seguinte o cineasta já filmava seu próximo filme, o documentário A Maioria Absoluta. O curta foi pensado inicialmente como um projeto de duas partes, A Maioria Absoluta e A Minoria Absoluta, uma forma de exibir a gritante desigualdade social do país, mas o segundo filme teve sua realização interrompida com o estouro do golpe militar em abril de 1964. Felizmente o primeiro trabalho já estava finalizado. O filme retrata a parcela sem voz na democracia, os camponeses analfabetos que suportam suas precárias condições de vida e os abusos de seus patrões sem ter quem os defenda, sem ter quem os represente.


Um comentário:

  1. Belo documentário!
    Filme revolucionário para a época em que foi dirigido. É lúgrume tomar conhecimento que isso ainda hoje existe, que seres humanos iguais a nós não possuem o direito a dignidade humana, está que é fundamental para a pessoa humana, pois, ter direito e acesso a educação, moradia, alimentação etc são direitos sociais fixados e timbrados em nossa Carta Magna, a Constituição.
    Quanto ao direito de votar, comentado no documentário, reconheço ter grande importância para o reconhecimento do ser cidadão, porém, acredito que um povo sem educação apenas serve de mamulengo nas mãos daqueles que compram e aliciam votos, ou seja, esse povo sem ensino educacional não compreenderiam o poder de votar.
    Robson

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