segunda-feira, 8 de abril de 2013
Night Fishing
Não acredito que exista uma receita para a criatividade, pelo contrário, sei que cada pessoa tem uma personalidade única, com complexidades e pensamentos diversos. Mas a cada dia que passa começo a aceitar mais e mais a ideia de que alguns limites e amarras pressionam o artista a buscar novos caminhos. É o caso, por exemplo, do recente post The Hire, onde, convidados por uma marca, diversos diretores criaram seus filmes com a condição lógica de expor o produto. Mesmo com a condição imposta, os resultados mantiveram a qualidade e a identidade de seus diretores. Um caso parecido é o filme Night Fishing.
Dirigido pelo sul coreano Chan-Wook Park, o filme foi realizado em 2011 e patrocinado pela Apple.O diretor alcançou reconhecimento mundial com Old Boy, filme de 2003 que compõe a Trilogia da Vingança.A trilogia, como diz o nome, trata de histórias centradas na vingança, sem economizar violência e drama. Em Night Fishing o diretor conta uma história sobre a morte de um ponto de vista místico e religioso.
quarta-feira, 20 de março de 2013
Penas
O que pode acontecer quando um homem se depara com penas
crescendo no seu braço? É câncer? Ele vai morrer?
Dirigido por Paulinho Caruso, Penas é uma adaptação da história em quadrinhos homônima do
cartunista Laerte Coutinho. Exibido no ano passado no 23º Festival
Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, o filme conta com a presença do
próprio Laerte e dos cartunistas Angeli, Alcy , além de Paulo Caruso, pai do
diretor.
A história, com um non-sense inspirador, foi publicada em
1988 na revista Chiclete com Banana e não possui um destino certo. Um homem
comum passa a ter penas brancas no braço e começa a “alçar vôos” mais altos na
vida.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Stop Motion.
Making of de ParaNorman, 2012
Para
não me repetir (ainda mais) sobre o assunto stop motion, optei por incluir no
post três autores que usam a técnica como base de seu trabalho, estão em
atividade atualmente e sempre me impressionaram.
Atualmente
desgastada, mas sem perder seu prestígio, a técnica de stop motion sempre
impressiona o público, principalmente quando o processo de execução é
esclarecido. Aparentemente inovadora, a técnica é uma espécie de engenharia
reversa do conceito básico de imagem cinética: são sequências de fotografias
com pequenas alterações de movimentos. Quando usada com atores reais, o stop motion
reduz a projeção e move os atores de formas não convencionais, evidenciando o
uso da técnica e renegando a ilusão de movimento natural da imagem cinética.
Mas na maioria das vezes o recurso é utilizado com bonecos ou objetos inanimados,
que então se tornam personagens ou são usados como efeitos visuais. A técnica
ganhou espaço nos longas infantis com grandes produções como O Estranho Mundo
de Jack, Fuga das Galinhas e os mais recentes ParaNorman e Frankenweenie.
Como foi dito, a técnica em si existe desde a origem do cinema, e por isso já foi usada por diversos realizadores. Nos tempos do chamado cinema primitivo, o diretor espanhol Segundo De Chomón já explorava o stop motion em seus filmes. Um dos percussores da técnica na animação, Ladislas Starevitch já animava insetos mortos em 1911. Outro grande autor do leste europeu, Jan Svankmajer desenvolveu boa parte de seu trabalho a partir do stop motion, mesclando pessoas e objetos e criando atmosferas surreais.
PES
BLU
BLU
é um grafiteiro italiano de renome internacional. Seu trabalho sempre questionador
e combativo, se apresenta geralmente em pinturas de grande escala nos muros das
cidades. Talvez ele não tenha sido o
primeiro a usar o stop-motion em pinturas desse tipo, mas é impressionante o
modo como seu estilo, já tão forte como imagem estática, se desenvolve nas
transformações que conduzem os filmes. Suas obras estão disponíveis no site BLU.
Lúcia y Luis
Criados
para compor uma instalação mista de vídeo e artes plásticas, os dois filmes
foram dirigidos por Joaquin Cociña, Niles Atallah e Cristobál Leon. As duas
narrativas agem de forma complementar e contam de diferentes pontos de vista
uma história trágica de amor e terror. Os filmes são narrados por vozes
infantis que sussurram os acontecimentos que são ilustrados pelos movimentos do
quarto e por desenhos na parede.
Marcadores:
1'-5',
2000,
5'-10',
BLU,
Chile,
Critobal Leon,
França,
Itália,
Joaquin Cociña,
Niles Atallah,
PES
Amor Só de Mãe
Disse um campônio à sua amada:
"Minha idolatrada, diga o que quer
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero...
[...] "Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar
De tua mãe, inteiro o coração...
Os versos acima foram gravados por Vicente Celestino na década de 50 e serviram de base para que Dennison Ramalho executasse sua adaptação, ou como ele prefere: sua “livre perversão” da música.
O diretor é um dos poucos nomes a produzir para o carente público de filmes de terror, gênero inexistente no cinema comercial da atualidade e raríssimo na filmografia nacional. Autor de três curtas até agora (Nocturnu, Ninjas), todos de terror, Dennison alia qualidade técnica a elementos como a violência explícita, religiões e o sobrenatural.
Apesar de amado por alguns, o cinema de terror é mal visto por muitos, o que talvez intensifique a sua ausência nas salas brasileiras. Sobre o preconceito sofrido pelo gênero o diretor comenta: “[...]paga-se um preço muito alto por trabalhar com esse gênero, que é tido como vulgar, agressivo, gratuito e barato. São filmes de confrontação, que não querem ser agradáveis, e sim mas causar angústia, outras emoções. E a classe acadêmica tem uma grande responsabilidade nesse tipo de reação, pois ela está intrinsecamente ligada ao fazer cinema no Brasil. Tem os caras tipo a Maria Dora Mourão (que é montadora), a Marília Franco, o Ismail Xavier, que tiveram a cabeça muito feita pelo Cinema Novo e pela Nouvelle Vague, e que defendem uma matriz intelectualizada para a nossa cinematografia. Eles e acham que é terrível e vulgar ver um filme brasileiro fantástico ou de entretenimento, ou meramente sensorial"
(trecho da entrevista publicada no site Carcasse: LINK)
Apesar de amado por alguns, o cinema de terror é mal visto por muitos, o que talvez intensifique a sua ausência nas salas brasileiras. Sobre o preconceito sofrido pelo gênero o diretor comenta: “[...]paga-se um preço muito alto por trabalhar com esse gênero, que é tido como vulgar, agressivo, gratuito e barato. São filmes de confrontação, que não querem ser agradáveis, e sim mas causar angústia, outras emoções. E a classe acadêmica tem uma grande responsabilidade nesse tipo de reação, pois ela está intrinsecamente ligada ao fazer cinema no Brasil. Tem os caras tipo a Maria Dora Mourão (que é montadora), a Marília Franco, o Ismail Xavier, que tiveram a cabeça muito feita pelo Cinema Novo e pela Nouvelle Vague, e que defendem uma matriz intelectualizada para a nossa cinematografia. Eles e acham que é terrível e vulgar ver um filme brasileiro fantástico ou de entretenimento, ou meramente sensorial"
(trecho da entrevista publicada no site Carcasse: LINK)
Com todo o desprezo recebido ao longo dos anos, é possível que o gênero fosse inédito, ou não tivesse expressão nenhuma em nossa história, se não fosse por Zé do Caixão, autor de cerca de 30 filmes e ídolo de muitos fãs do cinema de terror. Entre os fãs está o próprio Dennison Ramalho que teve a oportunidade de trabalhar com Zé do Caixão em A Encarnação do Demônio, último longa-metragem do diretor. A parceria no longa pode ser vista como uma legitimação de Dennison como representante do terror nacional.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Paperman
Na semana passada, a Disney disponibilizou no seu canal oficial no youtube o seu mais novo curta metragem: Paperman. Dirigido por John Kahrs, o filme mescla novas tecnologias com o traço de 2D da Disney, e é um dos indicados a melhor curta metragem de animação deste ano.
Mudo e em preto e branco, Paperman tem como pano de fundo a cidade de Nova York, aparentemente no meio do século XX, e narra a história de um rapaz solitário que encontra casualmente a mulher de seus sonhos.
Sendo exibido antes do longa Detona Ralf, o curta utiliza a tecnologia Final Line Advection, que preserva os traços do desenho feito à mão com ajuda de computação gráfica. Este tipo de tecnologia transforma a animação em uma espécie de híbrido de 2D e 3D e ainda é inédita no mercado.
E olha só que legal, além de disponibilizar o curta, a Disney colocou uma sequência de vídeos como o diretor de Paperman que mostra a produção do curta:
domingo, 3 de fevereiro de 2013
The Hire
Uma coisa rara quando se fala em curta-metragem é
investimento. Por não terem um circuito comercial de exibição e nem serem
"vendidos" de nenhuma outra forma, os filmes de curta-metragem não
são um formato muito atraente para grandes marcas e empresários. Mas não que
essa característica tornem esses filmes menos interessantes, muito pelo
contrário, a ausência de investimento estimula os autores a desenvolver formas
criativas, inovadoras e baratas de contar suas histórias. Afinal, essa
liberdade é o que torna o curta-metragem um espaço tão usado para linguagens experimentais.
Mas
é impossível negar que apesar das soluções serem infinitas ao longo da história
dos filmes curtos, alguns gêneros cinematográficos nunca puderam atravessar a
ponte entre o longa e o curta-metragem. O maior exemplo é o gênero ação. Famosos
por grandes explosões, perseguições automotivas, tiroteios, lutas e coisas do
tipo, os filmes de ação sempre foram responsáveis por grande parte da renda do
cinema comercial mundial (principalmente americano), e tem fãs por toda parte.
Apesar
de rara a equação - curta-metragem + investimento - , ela não é inédita. Entre
2001 e 2002, a BMW produziu uma série de oito filmes curtos para serem
disponibilizados na internet. O projeto
da empresa juntou os diretores David Fincher (Clube da Luta, A Rede Social),
John Woo (A Outra Face, Missão Impossível 2), Ang Lee (Brokeback Mountain, A
Vida de PI) , Guy Ritchie (Snatch, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes),
Alejandro Gonzalez Iñarritu (Babel, Biutiful), Wong Kar-Wai (Amores Expressos,
Um Beijo Roubado), e os irmãos Ridley (Blade Runner, Falcão Negro Em Perigo) e
Tony Scott (Top Gun, Chamas da Vingança). Os filmes, com cerca dez minutos cada
um, tem em comum o ator Clive Owen no papel de motorista e sempre um dos carros
da fábrica. As condições parecem restritivas e obviamente todos os filmes tem
perseguições e cenas de velocidade para exaltar as qualidades do produto, mas
os filmes variam seus estilos estéticos e suas histórias de forma tão
competente que é impossível não perceber as assinaturas de seus respectivos
autores.
Apesar de gostar da ideia e da execução dos filmes, prefiro
postar só os meus favoritos para não alongar ainda mais a postagem, mas deixo o
link aqui para os outros filmes: LINK.
Abaixo, os meus favoritos:
BEAT THE DEVIL
Em uma maravilhosa mistura de influências como o Fausto de
Goethe e a velha lenda sobre a origem do talento de Robert Johnson, Tony Scott
nos conduz através da jornada do velho e cansado James Brown que almeja
recuperar sua juventude. Na história, o cantor reencontra o demônio para
negociar favores e prolongar seus dias de glória. Além de James Brown, o filme
conta com Gary Oldman, Danny Trejo e Marilyn Manson.
POWDER KEG
Iñarritu realiza aqui o filme mais sério dos oito, fazendo a
relevância do carro (e de sua performance) sumir entre um ambiente político,
uma fotografia muito própria e algumas reflexões sobre a fotografia e o ato de
representar/ registrar a realidade. O curta conta a história de um fotógrafo de
guerra que, infiltrado entre guerrilheiros, presencia um assassinato e passa a
ser caçado. Com a intenção de salva-lo a ONU envia um motorista para o
resgate.
THE HOSTAGE
Entre
os três, talvez o filme de John Woo seja o menos criativo. A situação é até
bastante clichê dentro do universo dos filmes de ação, mas esse universo é sua
especialidade, e um clichê bem executado tem seu valor. No filme o motorista é
contratado para negociar com um sequestrador, as coisas não saem como o
esperado e o homem se suicida sem revelar a localização da vítima. Depois de um
rápido raciocínio o motorista consegue entrar em contato com a mulher que está
presa e parte em socorro. O filme é a imagem perfeita de um filme de ação, com
alguns requintes estéticos.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A Plataforma
Quando criado, o cinema (e o fazer cinema) era nada mais que capturar e projetar imagens de forma rápida e sequencial, alcançando assim a ilusão de movimento. Fotogramas em movimento, ilusão que nos entretém até hoje com sua velocidade padrão de 24 frames por segundo. Antes de surgir como forma de expressão artística, indústria ou até antes de ter pretensões narrativas, o cinematógrafo era um dispositivo que impressionava com sua mágica de exibir fotografias em movimento.
Mais
de sessenta anos depois da invenção dos irmãos Lúmiere, um filme questiona a linguagem
cinematográfica estabelecida e desenvolve uma narrativa complexa e sensível sem
o uso do truque mais básico do cinema: a imagem em movimento.
Dirigido
por Chris Marker em 1962, o filme ousa abrindo mão do movimento, mas, por outro
lado, compensa com uma narração densa e mantém a exibição sequencial das imagens. No campo
temático, o curta-metragem encara com coragem um dos temas mais complexos da
ficção científica, a viagem no tempo. Linguagem e temática se aliam e tomam
como base a ideia da fotografia como abrigo da memória, conceito que conduz a trama do início ao fim.
Ambientado em um mundo devastado pela terceira guerra
mundial, o curta tem como protagonista um prisioneiro que é usado como cobaia por cientistas. Os experimentos tem como objetivo enviar alguém para o passado em busca de recursos que viabilizem a
continuidade da vida do presente. A Plataforma de Chris Marker é a principal
influência do filme Os Doze Macacos de Terry Gilliam, um dos maiores filmes de
ficção científica das últimas décadas.
Abaixo o filme dividido em três partes:
Abaixo o filme dividido em três partes:
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
O outro lado de Jim henson
(1963) Robot
Em 1963, Henson dirigiu e escreveu Robot, um curta metragem encomendado por uma empresa de Comunicações para ser exibido em um seminário, cujo tema era a relação entre o homem e a máquina.
(1965) Time Piece
Exibido pela primeira vez em maio de 1965, no Museu de Arte Moderna, Time Piece é escrito,dirigido, produzido e estrelado por Jim Henson. O curta , de quase 2 minutos de duração, é uma obra surrealista que explora e analisa a passagem do tempo de forma criativa e ágil. No Oscar daquele ano, Time Piece foi indicado à melhor curta.
(1967) Ripples
Em Ripples,de 1967, Henson explora a consciência humana. Imagens da vida de um homem são sobrepostas em ondulações (aquela ondinha que forma quando se joga uma pedra na água) e tudo isso é embalado pela uma trilha sonora de Raymond Scott, que utiliza sons elétricos para criar um efeito de fluxo de consciência.
(1967) The Paperwork Explosion
The Paperwork Explosion é mais um ‘’filme encomenda’’ de Henson. Sendo um pedido da IBM, o curta explora o novo lançamento da empresa, o Magnetic Tape Selectric Typewriter , e enfatiza a importância de aparelho que facilitam a vida dos homens. "As máquinas devem trabalhar, as pessoas devem pensar."
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
The Archive
Um colecionador é, acima de tudo, alguém que ama aquilo que guarda, alguém que enxerga naquele objeto um grande valor e sente a necessidade de ter aquilo, e se possível apresentar para outras pessoas. A descrição acima talvez funcione melhor para colecionadores de artigos culturais como livros, filmes, fotografias e música, como é o caso de The Archive.
Essa necessidade em alguns casos é tão forte que chega a parecer (ser) um vício, algo que te impede de dormir. Depois de aceita a responsabilidade de colecionar, é impossível para alguns desses colecionadores se ver livre do fardo de ser o guardião da boa cultura (termo que varia na opinião de cada um).
E todos esses sentimentos foram sutilmente captados por Sean Dunne em seu documentário, The Archive. O filme conta a história de Paul Mawhinney, colecionador que ostenta a maior coleção de discos do mundo, e que agora, velho e doente, antecipa com tristeza o fim de seu acervo: o esquecimento.
.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
The Paleface
Na década de 20, auge do cinema mudo, o gênero cômico se destacava por sua popularidade e seus grandes representantes. No entanto, poucos desses nomes sustentaram sua popularidade até os dias atuais, foram, em sua maioria, eclipsados por Charles Chaplin e seu cinema cômico-dramático-social. Entre os palhaços do cinema mudo, alguém que pôde rivalizar com Chaplin em qualidade foi Buster Keaton. Com sua expressão impassível, Keaton conduzia gags físicas de alto risco, praticamente sem auxílio de efeitos, o que gerava espanto e diferenciava seu cinema. Raramente sofria lesões durante as filmagens, o que lhe rendeu apelidos como "The Little Boy Who Can't Be Damaged" ( O garoto que não pode ser ferido). Apesar de talentoso e popular, Keaton não se adaptou tão bem ao cinema falado, e depois de assinar um contrato com a MGM em 1928, se viu podado pelo estúdio que o impedia de realizar suas acrobacias e atava sua liberdade criativa. Sua carreira no cinema declinou lentamente, mas sua atuação nunca cessou completamente. Keaton apresentou um programa de televisão nos anos 50 e realizou aparições em filmes como Crepúsculo dos Deuses (Billy Wilder) e Luzes da Ribalta (Charles Chaplin), ambos filmes que retratavam o saudosismo do cinema mudo.
Luzes da Ribalta, Charlie Chaplin, 1952Em The Paleface, Buster Keaton encontra uma aldeia indígena enquanto caçava borboletas, os índios - que haviam sido ameaçados de despejo e tiveram um de seus mensageiros raptados por barões do petróleo que almejavam suas terras, o que motivou uma postura hostil contra o homem branco - perseguem o invasor cara-pálida para se vingar. Depois de provar seu valor sobrevivendo à uma fogueira, Keaton se alia aos índios para proteger a aldeia.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Phono 73
No
ano de 1973, a extinta gravadora Phonogram organizou em São Paulo um festival
com a presença de todo seu elenco de artistas. Com duração de três dias, subiram
ao palco do festival nomes como Toquinho, Vinícius, Sérgio Sampaio, Chico
Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raul Seixas, Elis Regina, entre outros.
No ano da realização do festival, o Brasil vivia o período mais rígido e
repressivo da ditadura militar, os chamados Anos de Chumbo, e aqui vem a parte mais curiosa da história: A
Phonogram realizou o evento com a intenção de tirar do Regime Militar a
impressão de que era um ninho de artistas subversivos e combativos. O resultado,
que não foi bem o esperado pela gravadora, foi registrado no vídeo
abaixo. Sem diálogos, sem enredo, nada além de música e história.
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