Disse um campônio à sua amada:
"Minha idolatrada, diga o que quer
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero...
[...] "Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar
De tua mãe, inteiro o coração...
Os versos acima foram gravados por Vicente Celestino na década de 50 e serviram de base para que Dennison Ramalho executasse sua adaptação, ou como ele prefere: sua “livre perversão” da música.
O diretor é um dos poucos nomes a produzir para o carente público de filmes de terror, gênero inexistente no cinema comercial da atualidade e raríssimo na filmografia nacional. Autor de três curtas até agora (Nocturnu, Ninjas), todos de terror, Dennison alia qualidade técnica a elementos como a violência explícita, religiões e o sobrenatural.
Apesar de amado por alguns, o cinema de terror é mal visto por muitos, o que talvez intensifique a sua ausência nas salas brasileiras. Sobre o preconceito sofrido pelo gênero o diretor comenta: “[...]paga-se um preço muito alto por trabalhar com esse gênero, que é tido como vulgar, agressivo, gratuito e barato. São filmes de confrontação, que não querem ser agradáveis, e sim mas causar angústia, outras emoções. E a classe acadêmica tem uma grande responsabilidade nesse tipo de reação, pois ela está intrinsecamente ligada ao fazer cinema no Brasil. Tem os caras tipo a Maria Dora Mourão (que é montadora), a Marília Franco, o Ismail Xavier, que tiveram a cabeça muito feita pelo Cinema Novo e pela Nouvelle Vague, e que defendem uma matriz intelectualizada para a nossa cinematografia. Eles e acham que é terrível e vulgar ver um filme brasileiro fantástico ou de entretenimento, ou meramente sensorial"
(trecho da entrevista publicada no site Carcasse: LINK)
Apesar de amado por alguns, o cinema de terror é mal visto por muitos, o que talvez intensifique a sua ausência nas salas brasileiras. Sobre o preconceito sofrido pelo gênero o diretor comenta: “[...]paga-se um preço muito alto por trabalhar com esse gênero, que é tido como vulgar, agressivo, gratuito e barato. São filmes de confrontação, que não querem ser agradáveis, e sim mas causar angústia, outras emoções. E a classe acadêmica tem uma grande responsabilidade nesse tipo de reação, pois ela está intrinsecamente ligada ao fazer cinema no Brasil. Tem os caras tipo a Maria Dora Mourão (que é montadora), a Marília Franco, o Ismail Xavier, que tiveram a cabeça muito feita pelo Cinema Novo e pela Nouvelle Vague, e que defendem uma matriz intelectualizada para a nossa cinematografia. Eles e acham que é terrível e vulgar ver um filme brasileiro fantástico ou de entretenimento, ou meramente sensorial"
(trecho da entrevista publicada no site Carcasse: LINK)
Com todo o desprezo recebido ao longo dos anos, é possível que o gênero fosse inédito, ou não tivesse expressão nenhuma em nossa história, se não fosse por Zé do Caixão, autor de cerca de 30 filmes e ídolo de muitos fãs do cinema de terror. Entre os fãs está o próprio Dennison Ramalho que teve a oportunidade de trabalhar com Zé do Caixão em A Encarnação do Demônio, último longa-metragem do diretor. A parceria no longa pode ser vista como uma legitimação de Dennison como representante do terror nacional.
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