terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Paperman
Na semana passada, a Disney disponibilizou no seu canal oficial no youtube o seu mais novo curta metragem: Paperman. Dirigido por John Kahrs, o filme mescla novas tecnologias com o traço de 2D da Disney, e é um dos indicados a melhor curta metragem de animação deste ano.
Mudo e em preto e branco, Paperman tem como pano de fundo a cidade de Nova York, aparentemente no meio do século XX, e narra a história de um rapaz solitário que encontra casualmente a mulher de seus sonhos.
Sendo exibido antes do longa Detona Ralf, o curta utiliza a tecnologia Final Line Advection, que preserva os traços do desenho feito à mão com ajuda de computação gráfica. Este tipo de tecnologia transforma a animação em uma espécie de híbrido de 2D e 3D e ainda é inédita no mercado.
E olha só que legal, além de disponibilizar o curta, a Disney colocou uma sequência de vídeos como o diretor de Paperman que mostra a produção do curta:
domingo, 3 de fevereiro de 2013
The Hire
Uma coisa rara quando se fala em curta-metragem é
investimento. Por não terem um circuito comercial de exibição e nem serem
"vendidos" de nenhuma outra forma, os filmes de curta-metragem não
são um formato muito atraente para grandes marcas e empresários. Mas não que
essa característica tornem esses filmes menos interessantes, muito pelo
contrário, a ausência de investimento estimula os autores a desenvolver formas
criativas, inovadoras e baratas de contar suas histórias. Afinal, essa
liberdade é o que torna o curta-metragem um espaço tão usado para linguagens experimentais.
Mas
é impossível negar que apesar das soluções serem infinitas ao longo da história
dos filmes curtos, alguns gêneros cinematográficos nunca puderam atravessar a
ponte entre o longa e o curta-metragem. O maior exemplo é o gênero ação. Famosos
por grandes explosões, perseguições automotivas, tiroteios, lutas e coisas do
tipo, os filmes de ação sempre foram responsáveis por grande parte da renda do
cinema comercial mundial (principalmente americano), e tem fãs por toda parte.
Apesar
de rara a equação - curta-metragem + investimento - , ela não é inédita. Entre
2001 e 2002, a BMW produziu uma série de oito filmes curtos para serem
disponibilizados na internet. O projeto
da empresa juntou os diretores David Fincher (Clube da Luta, A Rede Social),
John Woo (A Outra Face, Missão Impossível 2), Ang Lee (Brokeback Mountain, A
Vida de PI) , Guy Ritchie (Snatch, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes),
Alejandro Gonzalez Iñarritu (Babel, Biutiful), Wong Kar-Wai (Amores Expressos,
Um Beijo Roubado), e os irmãos Ridley (Blade Runner, Falcão Negro Em Perigo) e
Tony Scott (Top Gun, Chamas da Vingança). Os filmes, com cerca dez minutos cada
um, tem em comum o ator Clive Owen no papel de motorista e sempre um dos carros
da fábrica. As condições parecem restritivas e obviamente todos os filmes tem
perseguições e cenas de velocidade para exaltar as qualidades do produto, mas
os filmes variam seus estilos estéticos e suas histórias de forma tão
competente que é impossível não perceber as assinaturas de seus respectivos
autores.
Apesar de gostar da ideia e da execução dos filmes, prefiro
postar só os meus favoritos para não alongar ainda mais a postagem, mas deixo o
link aqui para os outros filmes: LINK.
Abaixo, os meus favoritos:
BEAT THE DEVIL
Em uma maravilhosa mistura de influências como o Fausto de
Goethe e a velha lenda sobre a origem do talento de Robert Johnson, Tony Scott
nos conduz através da jornada do velho e cansado James Brown que almeja
recuperar sua juventude. Na história, o cantor reencontra o demônio para
negociar favores e prolongar seus dias de glória. Além de James Brown, o filme
conta com Gary Oldman, Danny Trejo e Marilyn Manson.
POWDER KEG
Iñarritu realiza aqui o filme mais sério dos oito, fazendo a
relevância do carro (e de sua performance) sumir entre um ambiente político,
uma fotografia muito própria e algumas reflexões sobre a fotografia e o ato de
representar/ registrar a realidade. O curta conta a história de um fotógrafo de
guerra que, infiltrado entre guerrilheiros, presencia um assassinato e passa a
ser caçado. Com a intenção de salva-lo a ONU envia um motorista para o
resgate.
THE HOSTAGE
Entre
os três, talvez o filme de John Woo seja o menos criativo. A situação é até
bastante clichê dentro do universo dos filmes de ação, mas esse universo é sua
especialidade, e um clichê bem executado tem seu valor. No filme o motorista é
contratado para negociar com um sequestrador, as coisas não saem como o
esperado e o homem se suicida sem revelar a localização da vítima. Depois de um
rápido raciocínio o motorista consegue entrar em contato com a mulher que está
presa e parte em socorro. O filme é a imagem perfeita de um filme de ação, com
alguns requintes estéticos.
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